A família Hage dominuou por um bom período a política em alguns municípios da Calha Norte, região Oeste do Pará. Os municípios com maior presença política dos Hage foram Monte Alegre, Prainha e Almeirim. O patriarca da família, José Alfredo Hage, com 29 anos foi o primeiro prefeito do município de Prainha. E por duas vezes foi prefeito de Almeirim. Alfredo Hage (pai) foi deputado estadual por dois mandatos. O irmão de Júnior Hage, Gandor Hage foi duas vezes prefeito de Prainha e uma de Almeirim. Sua irmã, Patrícia Hage, foi eleita prefeita de Prainha em 2012. A matriarca, Rosa Hage, foi presidente do TCM e deputada estadual.
A decadência: Gandor Hage ganha a eleição para a Prefeitura de Almeirim em 2004; não consegue se reeleger em 2008. Com problemas nas contas de Prainha e Almeirim, Gandor está com seus direitos políticos cassados. A irmã, Patrícia Hage, se elege prefeita de Prainha em 2012; em 2016 tenta defender seu mandato, mas não consegue se reeleger. Sua mãe, Rosa Hage, em 2016 com 72 anos de idade, tenta a eleição para a prefeitura de Almeirim, perde para uma novata na política, Adriane Bentes, filha do ex-prefeito de Almeirim, Aracy Bentes.
Os Hage vem perdendo os executivos, não tendo nenhuma prefeitura daquela região sob seu domínio, a última foi Prainha, município onde Pai, Filho e Filha dominaram por longos anos. Resta apenas o cargo legislativo, de deputado estadual de Júnior Hage que teve votação expressiva na região. Em Monte Alegre ele obteve 9.288 votos; Prainha conseguiu 5.271 votos; Almeirim, 2.973 votos; em Óbidos, 3.766 votos.
A migração dos Hage da Calha Norte para as plagas castanhalenses para tentar voltar ao executivo não será tarefa fácil. As luzes se acenderam para Júnior Hage por que foi em Castanhal que ele obteve a terceira maior votação para deputado estadual, conseguindo 5.224 votos no município. Para aportar políticamente em Castanhal, Júnior Hage não está caindo de paraquedas. Ele articula com grupos políticos locais que já tem história no município. Tenta se aliar ao grupo político do ex-prefeito Paulo Titan, podendo ser uma alternativa de nome. Resta dizer que Hage ainda vai encontrar o grupo político do deputado do DEM, Hélio Leite que se soma ao ex-deptuado estadual, Márcio Miranda. Lembrando, ainda, que apesar de não ter um grupo político formalizado, o prefeito outsider atual, do PPS, está com a máquina na mão e vai tentar a reeleição.
Portanto, a eleição de 2020 para Júnior Hage vai ser um treino para as próximas eleições municipais. Ele pisa em um novo campo político já dominado por famílias e caciques políticos locais. A semente dos Hage sendo plantada em castanhal terá adubo suficiente para crescer?